GIGANTES NA TELA.

O difícil relacionamento entre pai e filho. Dramas como "O Campeão" de Franco Zeffirelli de 1979, já era uma refilmagem e levou platéias ao redor do mundo a chorar pelo menino que sofre com o pai boxeador fracassado e bêbado. Jon Voight e Ricky Schroder, foram substituídos hoje por Hugh Jackman e Dakota Goyo em "Gigantes de Aço", onde os ringues pertencem não mais aos seres humanos, mas a robôs de aço de 900 quilos. É neste mundo que Charlie kenton, o personagem de Hugh, descobre um filho que sequer sonhou existir. Com a morte da mãe o menino precisa ficar com o pai ou a tia milionária e não é preciso somar mais do que 2+2 para desenrolar o resto da trama.

Não é demérito algum torcer pela felicidade deste pai ausente e do filho que aos poucos vai conquistando o seu espaço, se emocionar com as cenas recheadas de ótimos efeitos especiais, especialmente nas lutas entre as máquinas de metal. Acompanhar o lento desenrolar do fracasso do pai teimoso e do surgimento de um novo robô, descoberta óbvia do garoto, capaz de redimir os erros do passado e  responsável por algumas das melhores cenas do filme.

A direção ficou a cargo de Shawn Levy de "Uma Noite no Museu", que pilota esta produção de 80 milhões de  dólares, onde os movimentos das lutas foram recriados em computador tendo como base astros do boxe e do MMA. No fundo há uma leve reflexão sobre o presente violento das lutas que fazem sucesso e um futuro onde não há mais espaço para os Mega stars de diversas competições e de diferentes modalidades, pois a violência atingiu o seu auge e ultrapassa a fronteira humana.

Com certeza a crítica especializada vai torcer o nariz para os "clichês" apresentados, mas a verdade é: a vida sem um bom "clichê" não existe, estamos cercados por muitos e não há problema algum em viajar por duas horas de pura adrenalina e muita pancadaria. Os puristas que me desculpem, mas Cinema ainda é a melhor diversão! Taí:  um clichê e tanto!

                                                               Jorge Ricardo