segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

EMERGENTES DECADENTES: OS HOMENS QUE NÃO ADMITEM ESPERAR!

Tudo aconteceu muito rápido, como os acidentes e as tragédias que nos rondam ultimamente. Desta vez a intolerância e a falta de educação, foram os principais responsáveis. Ao sair do cinema ontem na Barra da Tijuca, por volta da meia noite o saguão estava ainda cheio. Não eram muitos  os que compravam ingressos, e sim os curiosos, funcionários agitados e o segurança do shopping tentando conter um senhor que gritava para a gerente fazendo um show particular.
Como todo jornalista é a curiosidade em forma de gente e a comichão já estava subindo pelo meu corpo todo, parei, enquanto meus amigos seguiam adiante e fiquei observando aquela criatura um tanto desgrenhada, por volta dos seus 55 anos, acompanhado de uma mulher bem mais jovem, enfrentando o segurança, perguntando aos berros se ele era ou não era uma autoridade, pois era caso de polícia.


Continuei acompanhando o desenrolar deste senhor, segundo ele humilhado, alvo da chacota dos funcionários da bombonière. Enquanto a polícia não chegava para resolver a tragédia, sutilmente fui ao segurança, me apresentei e como a coisa estava exagerada demais, sabia que algo estava sendo encoberto, não havia um motivo tão grave para tamanho barraco, nosso termo mais adequado a este tipo de situação desagradável.
Tudo veio à tona muito rápido. O senhor estava acompanhado de um rapaz, estavam na fila para comprar pipoca e refrigerante e como todo sábado as filas não são pequenas, os atendentes são obrigados a atender o mais rápido possível. Sempre existe sempre algum tipo de reclamação e descontentamento quanto à morosidade dos funcionários do balcão. Pois o rapaz começou primeiro a provocar, depois a incitar toda a fila contra a atendente e por último, a gerente calmamente disse à menina já suando em bicas e muito nervosa, para se acalmar e virou-se na direção do jovem e explicou que ele seria atendido com toda a presteza desde que se mantivesse calmo e parasse de gritar.


Foi a deixa: o rapaz na mesma hora começou o show particular dos bem(mal) nascidos e que não admitem serem contrariados em suas birras de crianças mimadas. Começou a quebrar o que via pela frente, tentou agredir a menina do atendimento, foi destruindo o que podia. Todos ficaram atônitos, os seguranças foram imediatamente acionados e o arruaceiro rapidamente saiu, fingindo uma ida ao banheiro  para claro, fugir do flagrante. Ficou o senhor citado no início, muito magoado, falando alto e responsável a partir daquele momento pela tarefa de conduzir a ação, como se ele tivesse sido ofendido e como se isso fosse motivo para tamanha bestialidade.

Ao conversar particularmente com os seguranças responsáveis, os mesmos já acostumados com todo o tipo de situação e muito solícitos me explicaram detalhadamente o ocorrido: o jovem em questão estava fora de si. Como são muito bem treinados e eu muito insistente e digamos observador percebi a toda hora o parente do arruaceiro, soltando a deixa "transtorno bipolar", dita para suavizar uma situação sempre presenciada nos bairros de classe média alta. Eles humilham, xingam, são os donos da verdade e incrivelmente sem a menor noção ou consciência ficam provocando pessoas impedidas de responder à altura, temendo pelos seus empregos. Esses Palhaços esquecem o mínimo: quem trabalha até aquela hora merece pelo menos respeito e não é uma máquina, onde se aperta um botão e ela funciona automaticamente...


Enquanto o senhor ultrajado tentava convencer o policial de que era a vítima e não o agressor, de que os funcionários riram dele e do santinho destruidor, da falta de respeito...blá blá blá,  fui saindo de encontro aos meus amigos pensando em quanta energia desperdiçada com bobagens e principalmente de como a criação desta nova geração é tão diferente da minha. Eles parecem deter o poder de causar desconforto e dor de cabeça por onde passam e são sempre acobertados por outros infelizes, que acabam acuados numa situação ridícula como a do domingo. O policial aos poucos acalmou a suposta vítima, a gerente sempre educada e segura detinha a cópia em vídeo do acontecido e se propôs a mostrar a verdade. Encurralado o tumultuador foi saindo de fininho e a paz foi se restabelecendo, menos é lógico para a pobre atendente que foi alvo de uma injustiça brutal e engoliu seu sapo, assim como nós engolimos todos os dias os nossos próprios sapinhos, até tomarmos uma decisão para enquadrar tipos como estes: tumultuadores, violentos, irresponsáveis e acima de tudo com as costas bem protegidas.

Infelizmente é contra este tipo de ultraje que devemos nos impor, seja escrevendo, debatendo, participando, sendo testemunha. Abaixo aos playboyzinhos sem noção e atenção aos seus responsáveis, pois são piores, por não perceberem o monstro que estão alimentando debaixo do mesmo teto.


                                                Jorge Ricardo.

2 comentários:

  1. E ainda falam que os que não tem estudos,pobres,e que moram na favela,são pessoas que arrumam todo tipo de confusão.
    A prova estar ai...Pois que tem estudo, tem uma condição melhor, e mora defrente pra praia,tbem fazem uso constante de tumultos.
    "GENTILEZA GERA GENTILEZA"
    ABRAÇOS DO AMIGO ULYSSES MASSARANDUBA

    ResponderExcluir
  2. Conheço muita gente assim, adolescentes de 12 à 40 anos. Mimados que não sabem entender que você simplesmente não pode ter tudo que quer na hora que quer. Além disso, agora são inventados transtornos para justificar a estupidez e a falta de educação de muita gente.

    ResponderExcluir

Obrigado pela sua participação.