quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A ESTAMPA QUE DE FINA NÃO TEM NADA!

Aguentei o máximo possível, não é fácil ficar apontando os erros alheios como se fôssemos imbatíveis ou superiores a tudo. Muito pelo contrário, minha fragilidade é sempre posta a prova quando escrevo e não fico satisfeito com o resultado, somos humanos, portanto, nossa margem de erro é certa.

A imagem da novela das 21 hs "Fina Estampa", cujo autor Aguinaldo Silva e seus vários colaboradores, estavam dispostos a colocar no horário nobre, era de uma Barra da Tijuca, em especial o Jardim Oceânico, independente, batalhadora, com as diversas classes sociais sempre se esbarrando e uma trama maior, a de uma mulher de nome Griselda, abandonada pelo marido e que se transformou em Pereirão, o faz tudo da localidade, além de um perfil de heroína de novela: digna, honesta, sem amor, sofrendo com o filho ingrato que não aceita a simplicidade da mãe e por aí vai...


Lília Cabral é sempre um trunfo. Grande atriz ela nos emociona e dá credibilidade a um papel fácil de cair na caricatura. o problema é que a trama virou um samba do crioulo doido. Personagens sem a menor razão de ser e vários atores precisando urgentemente de uma escola de teatro.
Caio Castro não tem maturidade para um papel complexo como o filho problema. Christiane Torloni é uma sucessão de gritos histéricos e falas inverossímeis, Milena Toscano não disse ao que veio e fica de lá pra cá dando conselhos para Adriana Birolli, coitada, deve ser odiada pelos figurinistas pois suas roupas são o declínio do império da moda. Dan Stulbach virou garanhão, Dalton Vigh parece uma sombra até seus olhos estão apáticos, sem brilho. Carolina Dieckmann está engraçada com o figurino de academia, sempre com cores berrantes e no hotel onde faz faxina, o vestido é o mais curto de todos, é periguete até no trabalho.

O Ferdinand de Carlos Machado é uma cara só, sem expressão, José Mayer aos 63 anos merecia mais respeito, ou pelo menos escolher melhor os papéis. Marco Pigossi está tentando, mas seu bandido de quinta, não decola. A personagem Amália deveria ser Amélia, interpretada sempre com cara de choro por  Sophie Charlotte. Sua ingenuidade em tempos atuais soa falsa, assim como Renata Sorrah, vivia de consultas e sub tramas até colocarem o garotão Julio Rocha no caminho, saudades imensas de Nazaré Tedesco. A dupla Eva Wilma e Thais de Campos não dá nem pra olhar é um erro total.

Os figurinos são uma beleza. Periguete só usa roxo e rosa choque, a boazinha aqueles vestidinhos sem graça. Tereza Cristina é impossível comentar. O dia da peruca loura com a roupa vermelha no CTI foi de matar de rir. Isabel Fillardis estava irreconhecível com aquele cabelo vermelho escorrido, deram uma mexida, mas ela ainda assusta quando chega no vídeo. Melhor sorte teve Julia Lemmertz, está lá sem vulgaridade e bem vestida, escapou ilesa. Cris Viana é a mulata do vestidinho sem graça, os banhos na laje fazendo a festa dos marmanjos, mas foram proibidos, então... fica a dica do filho na ficção, Rodrigo Simas,  atualmente fazendo programas e chegando em casa com bolos de dinheiro e várias sacolas do shopping. Deve ter um cliente a cada 15 minutos e dar expediente de 16 horas direto, como? Fica na imaginação...papai Beto Simas não deve estar muito feliz não...


Dira Paes, Alexandre Nero, Arlete Salles, Ricardo Blat, Guida Viana, Carlos Casagrande, Tania Khalil dão o seu recado. Paulo Rocha vai voltar correndo para Portugal, Dudu Azevedo tá com cara de Minotauro, tomou uns banhos sensuais na academia, enquanto Malvino Salvador polemizou com aquele banho noturno, com um nudez escura e deixando a mulherada com taquicardia. Luz vermelha acesa e os peladões tiveram que ser mais pudicos, coisas de folhetim e da emissora....


Marcelo Serrado tira leite de pedra com um Clô na medida do seu talento. não é over, está engraçado e o figurino é impecável, teve sorte o rapaz. A Pousada da Zambeze tem de tudo: hipponga-garota de programa-vidente, mágico faz tudo e sem fala, o casal dono da pousada e do quiosque na praia, aplaudindo o pôr do sol (isso existe?), aliás Wolf Maya, diretor de núcleo insiste em aparecer, desta vez com um aplique lindinho (onde está o tal bom senso?). Sorte teve Rosa Maria Colyn, morreu logo no início da novela em completa comunhão com a natureza, voltou para buscar a Suzana (Marcela) Pires, que se vingou da enfermeira relapsa: tratando logo da papelada para tirá-la da novela, com um tiro dado por Ferdinand. Onde se viu CTI sem rotina de profissionais do setor se revezando? A briga tá feia no Umbral.


Só me resta lembrar cenas inesquecíveis: Teodora-periguete se afogando no raso, Marcela quase imortal com aquela lente engraçadíssima, não morria nunca e aquele olhão sempre abrindo, Griselda milionária, ainda passou um bom tempo na casa velha, que vivia aberta, As casas do condomínio chique onde todo mundo entra e sai sem cerimônia, o casal bonitinho da novela, ela professora, ele dono da "Fashion motos", vivem dormindo na sala e o filho dele de manhã vendo a cena do crime, o AP do bonitão não tem quarto? Falando na Fashion Motos, era mesmo para vender as máquinas poderosas ou era motel??

A coisa tá preta, seria bom nosso querido autor voltar rápido para o realismo fantástico. Costumava dar mais certo. O sofrimento do brasileiro já é enorme, não dá para chegar em casa exausto do trampo e assistir tanta bobagem, tanta coisa surreal.

                                                                                     Jorge Ricardo.

3 comentários:

  1. Você esqueceu de falar da funkeira. Aquela garota vive de Chão, chão, chão em to-da-ce-na que aparece. Chega a nausear. Quanto a Teresa Cristina o povo falou tanto dos gritos dela e dos mimos em demasia, que o autor errou e resolveu fazer dela uma assassina... Volta Nazaré Tedesco! rs

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  2. Onde eu assino? Isto sem falar que o embrião da trama é uma idéia roubada (ou se preferirem, emprestada) de outra telenovela da concorrente que eles chamam de RECOPIA. Pergunta-se: quem copiou quem? Parabéns pelo texto.

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  3. Realmente um desrespeito...só consigo entender essa decadência novelesca pra gente assinar o NETFLIX ou coisa equivalente.

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